Dia menos profícuo para os lusitanos

Chuvadas recentes tranformaram rios secos em verdadeiros cursos de água, forçando a organização a introduzir alterações nesta décima primeira etapa do “Dakar”. A “especial” tinha duas metades, a primeira das quais com 194 Km em piso de terra, muito cascalho e um sector em areia. Seguiu-se uma ligação em asfalto a anteceder mais centena e meia de quilómetros contra o cronómetro em terreno pedregoso.

Hélder Rodrigues foi 9.º classificado neste dia, a 7.44 do mais rápido, Cyril Despres. O piloto de Almargem do Bispo continua de “pedra e cal” no 3.º posto da “geral”, mesmo após a adição dos 15 minutos de penalização resultantes da troca de motor. Rodrigues surge a mais de uma hora de Despres e Coma, mas possui 16.06 de vantagem sobre o 4.º classificado, Jordi Viladoms – e essa diferença ainda aumentará 15 minutos, porque entretanto o espanhol também já trocou o motor.

“Perdi algum tempo” (cerca de 5 minutos) “na passagem pelo primeiro dos dois rios que havia para atravessar,” afirmou Rodrigues. “Depois fiz uma gestão cautelosa do meu andamento, porque esta noite não vamos ter assistência e era importante poupar a moto e os pneus para amanhã.” Isto porque hoje disputou-se a primeira parte de uma etapa maratona, e como tal só os pilotos podem fazer intervenções nas suas máquinas.

Quanto a Paulo Gonçalves, a penalização de 6 horas já foi explicada. Reporta à oitava etapa, aquela em que o português ficou atascado num lamaçal, e à beira do fim bateu numa pedra e teve de concluir a “especial” a empurrar a moto. Ora, segundo a equipa de Gonçalves, a organização recebeu um protesto do piloto n.º 15 (Verhoeven), afirmando que Gonçalves terá recebido ajuda externa ilegal no percurso. Apesar da situação não ter sido confirmada por outros pilotos, o júri da prova aplicou a penalização, deixando Paulo muito desapontado. Hoje foi 15.º na tirada, ascendendo ao 30.º lugar na tabela geral.

Ruben Faria teve um engano de percurso cerca do Km 20 da “especial”, perdendo aproximadamente meia-hora até retomar o caminho certo. Assim, foi apenas 38.º classificado neste dia, a 1h02.16 do mais rápido, e na “geral” baixou dois lugares, para a 12.ª posição.

Pedro Bianchi Prata rodou normalmente, sendo 40.º na etapa – a primeira disputada no Perú – e ocupa agora a 45.ª posição, prosseguindo a sua caminhada rumo a Lima.

Na frente Despres ganhou algum tempo a Coma, pelo que a diferença entre eles cifra-se em 2.22. Portanto, a luta pela vitória continua ao rubro e prossegue amanhã entre Arequipa e Nasca, com uma ligação de 269 Km e um troço cronometrado de 246 Km – e neste avulta um sector de 20 Km de dunas encadeadas.

Classificação – após a 11.ª etapa: 1.º Cyril Despres (KTM) 13h11m16s; 2.º Marc Coma (KTM) a 2.22; 3.º Hélder Rodrigues (Yamaha) a 1h08.40; 4.º Jordi Viladoms (KTM) a 1h24.46; 5.º Stefan Svitko (KTM) a 1h34.56; 6.º Gerard Farres Guell (KTM) a 1h37.00; 7.º Pal Anders Ullevalseter (KTM) a 2h04.06; 8.º Alessandro Botturi (KTM) a 2h29.26; 9.º Olivier Pain (Yamaha) a 2h40.15; 10.º Felipe Zanol (KTM) a 3h09.37; … 12.º Ruben Faria (KTM) a 3h42.43; … 30.º Paulo Gonçalves (Husqvarna) a 8h00.16; … 45.º Pedro Bianchi Prata (Husqvarna) a 11h25.44; etc.